É Possível Evitar a Dor?

Na sociedade atual, um dos comportamentos padrão com que comumente nos deparamos é a não aceitação da dor e do sofrimento. Por ser desagradável, é natural preferir não entrar em contato com a dor e fantasiar sobre uma felicidade e prazer permanentes. Porém, baseado no princípio de polaridade, não existe felicidade sem sofrimento e este último é necessário para o crescimento e saúde do ser. A plenitude da vida exige um equilíbrio entre felicidade e sofrimento, e para isso, ambas têm que ser aceitas.

Estar vivo e crescer, subentende diversas transformações no decorrer da vida, como o jovem que precisa abandonar a infantilidade para começar a amadurecer, o pai ou mãe que em algum momento precisa ceder o poder e controle para permitir que o filho tenha autonomia, o idoso que precisa aceitar as limitações e acolher a morte, e podemos incluir também as mudanças de visão de vida, de comportamento, entre outros. Sempre que não acontece o desapego da situação anterior, para que o novo surja, daí surge a vivência do sofrimento. O futuro sempre representa perda, morte e transformação dos moldes antigos, que faz parte do desenvolvimento humano.

Tendemos a ficar unilateralizados dentro da nossa zona de conforto, porém isso acaba sendo um impedimento para a transformação, por deixar-nos fixados em padrões conhecidos, então, quando surge o sofrimento, essa é uma oportunidade para refletir sobre nossos valores, crenças, prioridades, escolhas e atitudes, de forma que permita um renascimento para enfrentar as exigências da vida e da própria alma, reduzindo a unilateralidade e fazendo a consciência ir em sentido da totalidade.

Pode-se dizer então que a dor física e psíquica são como alarmes que indicam uma necessidade de refletir sobre as atitudes e pensamentos, para que os padrões unilaterais sejam rompidos e surjam novos caminhos e formas de pensar e agir. Os sintomas são na verdade uma tentativa de cura.

Anestesiar o sintoma é produtivo?

Tentar anestesiar os sintomas faz a consciência permanecer no mesmo estado em que a adoeceu. O indivíduo quer eliminar o mal estar, quer reduzir o incômodo, porém o anestesiamento não vai produzir mudanças e o indivíduo continuará adaptado a uma situação de vida doentia. Quando opta pelo anestesiamento, o doente, via de regra, volta para o padrão (o mesmo que o adoeceu).

Como exemplo da falta de eficácia do anestesiamento, podemos citar uma pessoa com dor nas costas, causada por má postura e falta de exercício físico. Se a pessoa optar por apenas tomar analgésicos, a dor será mascarada, anestesiada, mas o problema que origina a dor continuará lá e essa dor tende a piorar. Só será de fato tratada, quando a postura for corrigida e a musculatura tonificada por exercícios. Esse padrão será o mesmo com outros sintomas físicos ou psicológicos: o anestesiamento isolado não basta.

O que fazer?

Todo sintoma tem uma causa e uma finalidade. Um direcionamento de vida em busca do autoconhecimento pode ajudar-nos a entender os processos de transformação que estão acontecendo em nossas vidas e encontrar o significado das dores que nos visitam, trazendo mais paciência e resiliência para suportar o sofrimento, evitando assim um anestesiamento, seja por uma medicação, por uma droga ilícita, ou vícios diversos (compras, trabalho, sexo, jogos etc). Além disso, nos permite vislumbrar novos caminhos e ter uma nova atitude perante a vida, integrados com nossa alma e propósito de vida, evitando assim, o adoecimento.

O poder da consciência de reintegrar conteúdos inconscientes e seguir os desígnios da alma, é que podem trazer equilíbrio. Nas palavras de Jung: “só aquilo que somos realmente tem o poder de curar-nos”

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GUILHERME ROMANO

Sobre o Terapeuta

Nascido em São Paulo, sempre tive interesse pela área da saúde e me formei como farmacêutico pela Universidade de São Paulo, onde tive contato com fisiologia, anatomia humana, farmacologia e outros ramos da biologia e química.

Minha vontade de descobrir as causas das doenças para além das questões físicas me fez buscar a medicina chinesa e a psicologia junguiana, que me permitiram ter uma visão mais integral da saúde e compreender melhor a relação entre corpo físico, mente, energia e emoções.

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